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Câncer de Mama

Prof. Dr. Carlos Elias Fristachi

Oncoginecologista e Mastologista

CRM 44605


O que é?


O Câncer de Mama, devido à sua frequência e agressividade, é um dos mais temidos pelas mulheres. É pouco comum antes dos 35 anos, mas, à medida que aumenta a idade, atinge um número cada vez maior de mulheres.


Entre as brasileiras, é o segundo câncer mais frequente, superado apenas pelo câncer de pele. Estima-se que em 2018 tenha cerca de 58 mil casos novos de câncer de mama.


Principais sintomas


O sintoma mais comum é a presença de nódulo ou caroço palpável pela paciente ou médico. Esse nódulo pode ser detectado pelo toque da mão se tiver mais de 1 cm. Secreção com sangue pelo mamilo, inchaço, vermelhidão, feridas, retrações e abaulamentos da pele ou do mamilo também são suspeitos.

  • Alteração no tamanho ou na forma da mama;

  • Vermelhidão, coceira na mama e/ ou ao redor do mamilo;

  • Liberação de líquido pelo mamilo, sem apertar;

  • Inchaço na axila ou ao redor da clavícula;

  • Nódulo ou caroço na mama, que está sempre presente e não diminui de tamanho;

  • Afundamento da mama, endurecimento ou enrugamento da pele (casca de laranja);

  • Inversão súbita do mamilo;

  • Dor constante na mama ou na axila;


Mesmo sem apresentar os sintomas acima descritos a mulher pode apresentar um câncer de mama. Por isso a mulher deve consultar o médico periodicamente para um exame mais detalhado das mamas. Além disso o médico poderá solicitar uma mamografia e/ou ultrassom das mamas para aumentar a possibilidade de detecção precoce do câncer de mama.


Fatores que podem facilitar o desenvolvimento do câncer


As causas do câncer de mama ainda são desconhecidas. No entanto algumas mulheres podem ter o risco aumentado de desenvolver o câncer de mama, destacam-se as com histórico familiar (mãe, tia materna e irmã).


Entretanto, apenas uma em cada dez mulheres com câncer de mama tem histórico familiar de câncer. Outros fatores de risco conhecidos são ocorrência da primeira menstruação antes do 12 anos, da menopausa após os 50 anos, primeiro filho após os 30 anos, dieta rica em gorduras e ingestão frequente de bebida alcoólica.


Prevenção


Não há como prevenir o aparecimento do câncer de mama. Entretanto alguns hábitos podem diminuir os fatores de risco de seu aparecimento, recomendam-se exercícios físicos, controle de peso, uma dieta pobre em gorduras e diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.


Diagnóstico - Como detectar precocemente


A mamografia é o exame mais eficaz para o diagnóstico. É a radiografia feita com equipamento especializado, que permite identificar tumores muitos pequenos.


O diagnóstico precoce permite identificar e tratar lesões e tumores muito pequenos só visíveis na mamografia, que podem evoluir para câncer. Essas lesões são tratadas facilmente em serviços especializados, quase sempre com a conservação das mamas e altas taxas de cura, de até 98%.


O autoexame é um método simples, sem custo e que pode colaborar no diagnóstico precoce do câncer de mama. Deve ser realizada uma semana após a menstruação ou no mesmo dia do mês nas mulheres que não menstruam. Permite que as mulheres identifiquem mudanças nas suas mamas e procurem o médico para esclarecimento. Mulheres de todas as idades podem realizar o autoexame.


Autoexame - Como fazer


Em frente ao espelho

Fique de frente para o espelho com os braços ao longo do corpo. Olhe para as mamas e procure por caroços, depressões, formas anormais ou quaisquer outras alterações de aparência.


Repita o procedimento com os braços elevados acima da cabeça.


Com as mãos nos quadris e com os músculos peitorais esticados, procure por caroços ou alterações. Incline-se e observe mais uma vez se há alterações nas mamas.


Deitada

Deite-se de barriga para cima em uma posição confortável e coloque um travesseiro embaixo de seu ombro esquerdo. Examine toda a sua mama com a mão direita.


Mantenha os dedos esticados em cima da mama e pressione firmemente de modo delicado, médio e forte, em movimentos circulares menores e maiores. Após, coloque o travesseiro embaixo do ombro direito e examine a mama direita.


No chuveiro

Ao tomar banho, verifique se há caroços ou endurecimento nas mamas e axilas. As mãos ensaboadas deslizarão mais facilmente sobre a pele molhada. Examine as mamas usando o mesmo procedimento que na posição deitada.


O diagnóstico precoce é a melhor forma de combater o Câncer. As informações deste artigo não substituem consulta médica. Procure sempre avaliação médica em uma Unidade Básica de Saúde.


Câncer de Mama no Homem


Cerca de 1% dos câncer de mama diagnosticados acontecem nas glândulas mamárias masculinas.


Os principais fatores de risco apontados para o desenvolvimento da neoplasia maligna na mama masculino são : tabagismo, alcoolismo, estresse, ingestão excessiva de gordura, obesidade, doenças do fígado, idade avançada, história familiar, síndrome de Klinefelter, exposição a radiações, mutações genéticas hereditárias, algumas doenças do testículo, trabalhar em alguns ambientes quentes, utilização de hormônios para o tratamento do câncer de próstata, tratamento com estrogênio, uso de anabolizantes.


Apesar de muitos tumores malignos da mama masculina estarem relacionados com os fatores de risco acima assinalados, em alguns casos não encontramos tal relação. A prevenção consiste em diminuir a exposição aos fatores de risco.


Algumas mutações genéticas adquiridas ou hereditárias como alterações no gene BRCA2 são considerados responsáveis direto pelo desenvolvimento do câncer na mama do homem. Neste caso é importante avaliar outros membros da família, tanto homem como mulher com relação a possibilidade de desenvolver outros tipos de câncer.


Infelizmente o câncer de mama no homem tem sido diagnosticado em estádio clínico mais avançado. De 11 casos de câncer de mama em homem diagnosticado nos últimos três anos no ICAVC, apenas dois tinham tumores pequenos. É importante que o homem tenha lembrança dessa possibilidade e procure o médico o mais rápido possível.


O tratamento é muito semelhante ao aplicado às mulheres. Consiste em cirurgia (setor ou mastectomia), quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, drogas alvo e mais atualmente imunoterápicos. Devemos lembrar sempre que o diagnóstico precoce é o melhor caminho para cura.


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